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– Quais as principais características da epidemiologia da malária, hoje, no mundo? A mortalidade pela doença ainda é alta?Erney Camargo - A malária mata, anualmente, duas vezes mais do que a aids e muito mais do que qualquer outra doença infecciosa. Ela está presente no Brasil, na Índia, no Afeganistão, países asiáticos e na África, onde o índice de mortalidade é alto. Quase 3 mil crianças morrem por dia de malária na África e isso acontece por falta de diagnóstico e de tratamento médico já que a malária, hoje, é perfeitamente tratável. No Brasil, felizmente, morre-se muito pouco de malária. Diz-se, aliás, que aqui a malária mata mais na região Sul do país do que na região Norte, onde a doença é endêmica. Isso acontece porque no Sul, pelo fato de a doença ser incomum, o diagnóstico tende a ser mais difícil de ser feito. O fato é que, no Brasil, e principalmente na região Norte, não se morre de malária porque qualquer pessoa – desde a dona-de-casa até o farmacêutico - consegue diagnosticar a doença devido ao fato de ela ser corrente. E o diagnóstico permite o tratamento. Poucas mortes tendem a ocorrer, apenas no caso de crianças que já estão previamente debilitadas.- É possível, então, que a malária seja erradicada no Brasil?Erney Camargo - Não. A erradicação da malária na Amazônia, onde a doença é endêmica, é impossível, já que o combate ao mosquito presente na floresta é impraticável. O que é possível é o controle da doença através do seu tratamento. O tratamento da malária é eficaz e vem sendo feito no Brasil. Existe ainda uma outra questão, descoberta recentemente, que é a presença de um número grande de indivíduos, cerca de 60% da população da região, que se constituem em portadores assintomáticos da doença. Essa é uma característica muito importante da epidemiologia da malária na região Norte do Brasil. Esses indivíduos, embora não desenvolvam a doença, são portadores do protozoário e, ao serem picados pelo mosquito, se tornam fontes de infecção para novos indivíduos, uma espécie de reservatório da doença. Por serem portadores assintomáticos da malária, esses indivíduos não são tratados.- Nos seus trabalhos sobre a história da malária, é afirmado que um novo front de polêmicas em torno da doença é a possibilidade de produção uma vacina. Ela é, de fato, viável? Erney Camargo - Existem muitos pesquisadores do mundo trabalhando com o desenvolvimento de uma vacina contra a malária. Muitos estão esperançosos, outros nem tanto. Desenvolver uma vacina contra o sarampo, por exemplo, foi possível devido ao fato de só existir um tipo de sarampo. A malária se caracteriza pela existência de várias espécies de protozoários causadores da doença. Por conta disso, as pessoas geralmente têm dezenas de malárias ao longo da vida. O organismo humano não consegue desenvolver anticorpos e imunidade adequados a esses protozoários. A partir desse raciocínio, a criação de uma vacina contra a doença seria impossível. O que os pesquisadores estão tentando fazer é descobrir num universo de antígenos que o protozoário apresenta no homem, identificar um que tenha o poder de induzir a imunidade à doença, neutralizando o parasita da malária a cada nova infecção e conferindo uma proteção duradoura. O desenvolvimento de uma vacina contra a malária deverá envolver ainda muita pesquisa a longo prazo.

è preciso que a farmacologia deixe de ser tão ambiciosa :A VIDA NÃO TEM PREÇO!!!!
ResponderExcluirbgcuoicictco8tyd6tjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjhaaaaaaaaaaaaaaaa
ResponderExcluirGente fiquei chocada !!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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