http://www.scielo.br/pdf/alea/v5n2/a05v05n2.pdf
Denso, epigramático, de clareza enganosa, O mito de Sísifo, apresenta-se como um ensaio curto, sem jargão técnico, compacto - muitas vezes demais. Camus fala do mundo, da história, e também de sua vida. pode-se passar o livro por vários filtros.Camus busca uma lição de vida que ultrapasse o ensinamento temeroso de Jean Grenier, e o de suas leituras - Pascal, Kierkegaard, Nietzsche, Chestov, Husserl, Jaspers. Ele disse a Christiane Galindo que estava contente por voltar à filosofia. Esse ensaio parece mais moral do que filosófico. E mais moral do que ético, uma vez que a moral visa fundamentar regras de vida e a ética visa analisar os conceitos da moral, eventualmente a possibilidade de uma moral exterior a que propõe julgamentos morais, fundamentada, por exemplo, em Deus ou numa razão transcendental.Camus coloca uma questão: como viver? O mito é também um ensaio, um rascunho formalmente perfeito, às vezes um poema em prosa filosófica, falsamente frio e intensamente autobiográfico. Camus se coloca sem espírito de sistema ou de anti-sistema. Respeita certos criadores de doutrina - Descartes, Hegel, Nietzsche - ou os que chama de "existenciais", Heidegger em primeiro lugar. Mas não se compara a eles, embora os aprecie. Conhece mal, ou não conhece, aqueles que contestam a possibilidade de um sistema filosófico fora das ciências: Bertrand Russell, Rudolph Carnap, Ludwig Wittgenstein... Na época, a defesa de uma filosofia ampla, aberta, ultrapassando o empirismo analítico e o racionalismo sistematizante é então elaborada, mas na Nova Zelândia, por Karl Popper. Em quase todos os seus escritos, Camus exprimiu até então um sentimento trágico da vida e uma desconfiança intensa para com aqueles que constroem um sistema. Seu temperamento e sua leitura de Nietzsche nutrem suas suspeitas com relação a toda moral tradicional. Diante da incoerência do mundo, ele crê nos avanços modestos de um pensamento formulável. Uma questão o apaixona: Como devemos nos conduzir, em geral e durante esses anos obscuros, quando não acreditamos nem em Deus nem na razão?Carregando dentro de si esse ensaio há quatro anos, Camus filosofa como que a despeito de si mesmo. Escritor, ocupando-se das relações da estética com a moral, não quer propor uma moral universal. É muito difícil formar uma moral individual. Camus vê um "universo indizível em que reinam a contradição, a antinomia, a angústia ou a impotência". De 1938 a 1941, experimentou um sentimento de absurdo diante do mundo, da história e de sua própria vida. Ataca seu ensaio a toque de címbalos: "Julgar que a vida vale ou não vale a pena ser vivida é responder à questão fundamental da filosofia." Outra maneira de afirmar: To be or not to be, that is the question. Nada permite afirmar que Albert Camus tenha sido tentado pelo suicídio até então. Nenhum documento ou testemunho autoriza afirmar o contrário. Ele experimentou esse sentimento permanente, profundo, mas vago, do absurdo. Nesse ensaio, que não foi escrito rapidamente como O estrangeiro, Camus não cai na autobiografia, no entanto lhe impõe limites que impedem o livro de se desencarnar. O ensaio é na primeira pessoa. O homem Camus fala: "Consciente de que não posso separar-me de meu tempo, resolvi incorporar-me a ele. É por isso que só faço tanto caso do indivíduo por ele me parecer insignificante e humilhado."
De 1940 a 1941, os franceses e a França não são insignificantes, mas são humilhados. "Sabendo que não há causa vitoriosa, tenho gosto pelas causas perdidas: elas demandam uma alma inteira, tanto em sua derrota com em suas vitórias passageiras." Derrota da França, vitória passageira da Alemanha: é uma das interpretações secundárias possíveis desse ensaio, de diferentes estratos - como O estrangeiro, concebido ao mesmo tempo. "Para quem se sente solidário do destino deste mundo, o choque das civilizações tem algo de angustiante. Fiz minha essa angústia, ao mesmo tempo que quis participar dela [...] É preciso escolher entre a contemplação e a ação." Camus dirige-se aos leitores: "Digo-lhe, amanhã você será mobilizado. Para você e para mim, isso é uma libertação." Seu corpo o traiu. Ele não abandona a ação. Com Pierre Galindo e outros, quer agir em Oran. "O indivíduo nada pode e no entanto pode tudo", proclama seu ensaio. E também: "Estou do lado da Luta." Desafio que pode custar caro diante daqueles que negam o homem, Camus escreve: "Sim, o homem é seu próprio fim." Em 1941, um homem encarna o conquistador totalitário, Hitler. "Nada perdura do conquistador, nem mesmo suas doutrinas", diz Camus. Não é um pensamento velado: "Os cemitérios que cobrem a Europa e obcecam alguns de nós são ignóbeis." Cego, míope ou tolerante, o tenente Heller da Propaganda Staffel? Camus lança: "O criador absurdo não tem apego à sua obra. Seria capaz de renunciar a ela; às vezes renuncia. Basta uma Abissínia." Sem renunciar à sua obra, Camus ganhava a vida no jornalismo no Alger républicain enquanto Hitler e Mussolini, conquistadores, avançavam na Europa e na África.A universalização é uma tentação da cultura francesa. Camus evoca o homem quando fala de si mesmo: "O homem se encontra diante do irracional." O homem em geral não existe, mas o homem Camus está presente: "Ele sente em si seu desejo de felicidade e razão." Camus coloca a origem de seu absurdo, que "nasce do confronto entre o apelo humano e o silêncio irracional do mundo." Fórmula lírica, quase poética, que não é demonstrativa e não é mais conclusiva do que o cogito: eu poderia sonhar que penso. Camus passa sempre do eu ao ele: "Um homem se define tanto por suas comédias como por seus arrebatamentos sinceros." Talvez às vezes ele represente comédias, mas seus arrebatamentos são honestos. Ele dedica muitas páginas ao ator, pois conhece seus paradoxos. O ator vive vidas sucessivas em sua singularidade e sua diversidade. Camus conclui que "os atores em geral [grifo meu] [...] não são homens absurdos. Seu destino é absurdo." Camus mostra: "Mas saber se podemos viver com nossas paixões, saber se podemos aceitar sua lei profunda, que é queimar o coração que ao mesmo tempo elas exaltam, eis toda a questão." Aqui, o homem em geral não está em questão. Trata-se de Camus.. Antes, ele coloca o problema da lógica, num sentido muito particular, afirmando: "É quase impossível ser lógico até o fim." Ele constata: "Não sei se este mundo tem um sentido que o ultrapassa. Mas sei que não conheço esse sentido e que me é impossível, por enquanto, conhecê-lo." Curioso esse "por enquanto". Camus renunciou a Deus. Ele tenta captar, como verruma, revendo suas idéias, suas impressões e esse absurdo obsedante. Encontrou-o entre filósofos tradicionais e escritores. Muitas vezes Malraux evoca o absurdo, sem se estender, em seus romances, tal como Sartre, num sentido diferente. Camus lança de passagem: "Essa 'Náusea', como a chama um autor de nosso tempo, é também o absurdo." Não é tão certo assim.
Camus pensa e escreve O mito de Sísifo entre vinte e três e sete anos, mais ou menos a idade em que Nietzsche concebia e executava sua única obra terminada, As Origens da Tragédia, que deveria chamar-se "O homem trágico". O mito de Sísifo poderia intitular-se "O homem absurdo". Os exemplos de personagens absurdos apresentados por Camus, Don Juan, o ator e o escritor, concernem a ele mais do que a ninguém, sem o limitar. O criador, o artista são privilegiados. Camus acaba dando neles, tomando uma tangente sem relação evidente com o absurdo. Forçando a mão, retoma a idéia de Malraux dos autores demonstrativos e dos escritores apaixonados: "Os grandes romancistas são romancistas filósofos, ou seja, ao contrário de escritores de tese. Como Balzac, Sade, Melville, Kafka, para citar apensa alguns." Camus insiste: O romance de tese, a obra que prova, a mais odiosa de todas, é a que se inspira com maior freqüência num pensamento satisfeito." Saindo de O estrangeiro, Camus redefine sua estética e seus autores favoritos.Dedica o primeiro trecho do capítulo "La créacion absurde" [A criação absurda] à filosofia e ao romance. Não pretende filosofar, enfim, totalmente. Sua introdução indica o percurso: "As páginas que se seguem tratam de uma sensibilidade absurda que podemos encontrar esparsa no século - e não uma filosofia que nosso tempo, propriamente dito, não conheceu." O absurdo, para Camus ensaísta, é um ponto de partida, "a descrição, no estado puro, de um mal do espírito. Nenhuma metafísica, nenhuma crença interferem por enquanto". Camus nunca reclama um direito a duas linguagens, uma filosófica, derivada do cotidiano ou do senso comum. Deve-se portanto tomá-lo ao pé da letra em toda parte - ou quase. Achou absurdos a condição do homem sartriano e os cartazes exibidos durante a mobilização. Percebeu o "pequeno deus absurdo" tanto na guerra como em sua vida: "Há casamentos absurdos, provocações, rancores, silêncios, guerras e também pazes", ele escreve. Em que homem? Em seu ensaio, Camus não negligencia o sentido literal: "'É absurdo' quer dizer: 'é impossível', mas também: 'é contraditório'. Se vejo um homem atacar com arma branca um grupo com metralhadoras, julgarei que seu ato é absurdo." Os acontecimentos o superam, a ele e a seus amigos. Vê "uma sensibilidade absurda", esparsa no século. Ninguém antes dele falou assim desse mal do espírito, um mal-estar moral e metafísico, sem também o definir de uma maneira satisfatória, verdadeiramente discursiva. Camus joga em vários registros. Pobreza do francês, o absurde parece ter dois sentidos correspondentes ao inglês absurd e nonsensical.Camus parece ser o primeiro escritor francês com tantos exercícios sobre o absurdo. Emprega-o alternadamente no sentido de contraditório, errado, não racional. Sua argumentação parece rápida, martelada, fluida. Ele busca uma certa lucidez sem a atingir, exprime esse mal do século pela metade. Afirmar que o suicídio (do qual ele diz justamente, por implicação, que só os sociólogos como Durkheim trataram) seria o único problema filosófico sério não é sério do ponto de vista histórico. Os filósofos dissertaram mais sobre alma, causalidade, indução, essência, existência, transcendência do que sobre o absurdo.
Aceitar ou recusar a proposta de Camus é colocar um problema metafísico: a vida tem um sentido suficiente para que não nos matemos? Falando de lógica, Camus não remete à lógica formal. Pensa na coerência do comportamento que um homem escolhe, na moral que estabelece para si. Para o ensaísta, o absurdo, vasto sentimento intersticial e intersideral, situa-se entre o mundo e as aspirações racionais do homem. Segundo Camus, experimentamos o sentimento do absurdo na passagem do tempo, diante de um homem gesticulando dentro de cabide telefônica, diante do inevitável mistério da morte. Haveria contradição entre o caráter irracional do mundo e o desejo de clareza de todo o homem pensante.O universo não é absurdo em si mesmo, assim como não é amarelo, ou açucarado: ele é. A vida e o mundo têm um sentido para o crente que dispõe de um código de conduta, o evangelho baseado na palavra de Cristo. A angústia de Camus provém do fato de nenhuma moral ser imposta pelo mundo ateu ou do agnóstico; em lógica, de uma proposição do tipo A é B, não se pode deduzir outra proposição do tipo C deve ser D. Do que é não podemos deduzir o que deve ser. Trabalhando então em L'Être et le Néant [O ser e o nada], Sartre diz que de um indicativo não se pode deduzir um imperativo. O crente é convicto de que, da proposição ou frase "Deus existe", tudo se deduz no plano moral. Para alguns lógicos, "Deus existe" não é nem uma proposição nem uma frase significante. Ou ainda: da descrição total do mundo ninguém pode deduzir um sistema lógico. Um puro lógico afirmaria também que não há uma proposição única da qual todas as proposições verdadeiras possam ser deduzidas.Para Camus, nas ciências (ele conhece sobretudo psicologia e sociologia, as ciências ditas humanas) existem verdades, não uma Verdade.
De maneira sumária, ele declara que a física acaba na poesia. Mas, apesar dos princípios da determinação de Heisenberg ou da incerteza e das construções imaginativas dos físico após a teoria da relatividade, poderemos pretender que é impossível explicar o mundo físico? Ou que o mundo recusa ao homem a necessidade de racionalidade? Camus se lamenta, fala de "recusa contínua", de "insatisfação consciente", não se devendo confundir uma com a renúncia, outra com a inquietação juvenil. A inquietação camusiana é psicologia, metafísica num certo sentido: ele reclama um homem totalmente ajustado ao universo, ao mundo onde ele, Camus, encontrou o escândalo da morte das crianças inocentes enquanto se ocupava de teologia e, mais tarde, das políticas que ele rejeitava, quando se lançou no jornalismo.Tentando esboçar uma moral, ele volta a Nietzsche: "O que importa não é a vida eterna, é a eterna vivacidade." O artista é o personagem que Camus melhor compreende. Ele decreta que o criador leva o absurdo a suas últimas trincheiras. Decerto é verdade para ele, não para todos os artistas. Volta à sua filosofia colocada em imagens - mais uma vez - e sua rejeição aos escritores de tese: "A obra absurda exige [...] uma arte em que o concreto não signifique nada mais do que ele mesmo." Uma "obra de arte se apresenta tal como ele é e não exige glosas" para ser apreciada. Braque dizia: "É preciso contentar-se em descobrir, mas evitar explicar. Em arte só há uma coisa válida: a que não se pode explicar." Camus indagava-se, ao escrever um romance, o que era um estrangeiro.Através de Don Juan, hedonista, com o ator de trabalho efêmero, menos com o conquistador, muito com o artista, Camus situa sua moral pessoal como escritor e enquanto homem: "Não há destino que não se supere pelo desprezo." Diante da doença, apesar de suas crises de cansaço, heróico como o homem absurdo esboçado nesse livro, Camus freqüentemente demonstra desprezo pelas contingências de sua existência. O absurdo é também o inadmissível, o inescusável, o incompreensível. Implicitamente, ele volta a colocar problemas da época, talvez uma questão, razoável ou não, que permeia a filosofia européia de Leibniz a Heidegger: por que há alguma coisa em lugar de nada? Camus declara: "No plano da inteligência, posso dizer que o absurdo não está no homem [...] nem no mundo, mas em sua presença comum." Sem marcar nitidamente os vínculos, conclui: "Uma doas únicas posições filosóficas coerentes é [...] a revolta." Ele não diz, com Dostoievski, que se Deu não existe tudo é possível. Devem-se recusar certos atos, que são crimes: Camus explica antes de tudo o homem pelo homem. Toma como fim a pessoa humana e seu desenvolvimento, sua felicidade. O absurdismo é um humanismo: o mundo tem o sentido que lhe damos.Para o título de seu ensaio, Camus foi influenciado por Jean Grenier que, em seu Essai sur l'esprit d'orthodoxie [Ensaio sobre o espírito de ortodoxia], falava dos mortais punidos pelos deuses: "Fala-se sempre de um mito de Prometeu, esquecendo-se de citar seu desfecho, que é sua parte principal. Nunca se fala de Sísifo." Camus, extraindo três conseqüências de suas meditações sobre o absurdo, sua revolta, sua liberdade, sua paixão - nessa ordem -, identifica-se com Sísifo. O ensaio termina com um grito de esperança literária. Camus impele à fidelidade superior "que nega os deuses e levanta os rochedos. Também ele [o homem, Sísifo, Camus] julga que tudo está bem. Esse universo doravante sem um senhor não lhe parece nem estéril nem vão. Cada um dos grãos dessa pedra, cada estilhaço mineral dessa montanha cheia de noite, por si só, forma um mundo. A própria luta rumo aos cumes é suficiente para preencher um coração humano". Deve-se imaginar Sísifo feliz - ao terminar um manuscrito ou ao iniciar um outro. Sísifo rola seu rochedo, volta a subir a montanha, fim em si que não precisa de nenhuma justificação. Como escrever - criar.O herói de O estrangeiro tampouco precisa se justificar. "Um mundo que se pode explicar mesmo com más razões", explica Camus em O mito, "é um mundo familiar. Mas, pelo contrário, num mundo subitamente privado de ilusões e de luz, o homem sente-se um estrangeiro." É o universo de Meursault, primeiro grande herói de Camus, absurdo, entre outras razões, porque não procura a significação do que lhe acontece. Ao contrário: abstém-se de comentar ou de julgar. Nunca se reduz uma obra literária à sua narração e à cronologia de seus acontecimentos sem cair em incongruências: Madame Bovary? Uma senhora da província não ama o marido e morre. Hamlet? Um jovem ama demais a mãe, não suficientemente o padrasto ou a noiva. Também morre. O estrangeiro? Meursault fica sabendo da morte da mãe num asilo de velhos em Marengo. Não sente emoção especial, enterra-a, vai para a praia e fisga uma moça. Mais tarde, ela lhe pede que a despose. Ele não a ama mas não vê nenhum motivo razoável para recusar. Com a mesma distração, aceita a amizade de um locatário. Este íntimo, meio rufião, maltrata a irmã de um árabe. Numa praia, Meursault, em circunstâncias arbitrárias, absurdas, mata um árabe. Vai ao tribunal. Sua indiferença para com a mãe adquire - absurdamente - mais importância que seu assassinato. Têm efeito pior sobre o presidente e os jurados. Condenado à morte, Meursault não quer morrer. Gostaria muito de ser indultado. Recusa a ajuda do capelão da prisão, ao qual tem vontade de mater. Prepara-se finalmente para morrer, mas tem vontade de viver. O final do breve romance-relato, prodigioso monólogo, é um grande grito: "Senti-me pronto a reviver tudo. Como se aquela grande cólera me tivesse purgado do mal, esvaziado de esperança, diante daquela noite carregada de signos e estrelas, eu me abria pela primeira vez à terna indiferença do mundo. Ao senti-lo tão parecido comigo, tão fraternal, enfim, senti que tinha sido feliz e que ainda o era." Os acontecimentos da vida de Meursault podem parecer absurdos em sua descontinuidade romanesca, mas não seu mundo indiferente, contingente. Imaginando esse personagem, Camus pensou também em Pascal Pia,aquele amigo não acima das convenções, das tradições, como Meursault, mas à margem delas. Camus inspirou-se em muitos homens e mulheres. Em última análise, Meursault é inexplicável, tal como a significação profunda de O estrangeiro. Não se pode reduzi-lo ao suposto desejo do pied-noir de eliminar o árabe nem à influência do clima sobre os argelinos de origem européia. Um grande romance bem-sucedido solicita todos os sentidos, falsos sentidos, contra-sensos, interpretações. Freqüentemente ele escapa até mesmo a seu criador. Um ensaio também, às vezes.Depois de seu primeiro exílio em Paris, sua perambulação através da França, de Paris a Bordeaux, de Clermont a Lyon, Camus reencontrou a Argélia e sua tuberculose. Medita um romance mais vasto que O estrangeiro, uma crônica em que descreva revoltas do absurdo do mundo.
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