sábado, 2 de maio de 2009

Pierre Boulez

Interviews: Pierre Boulez
http://br.youtube.com/watch?v=Lyj6UynpSEQ&feature=related
Pierre Boulez (Primera Parte)
http://br.youtube.com/watch?v=5QjpgUfehk0
- Tomei algumas notas... falar consigo é falar com a história e o seu protagonista...(risos)...Hoje de novo Bartok... e de novo muitos problemas de ritmo...Pierre Boulez - Sim. Existem problemas porque Bartok é difícil....AT - Sim. Mas esta orquestra (Wiener Philharmoniker) é para muitos a melhor do mundo...PB - Mas existem sempre problemas de ritmo não importa com que orquestra entre as melhores do mundo. Mesmo com os melhores solistas do mundo podem acontecer problemas, quando a música é difícil e quando não é tocada frequentemente....Eu penso que enquanto a questão rítimica não estiver resolvida a música não adquire clareza. Sobretudo em dois compositores a questão rítmica é fundamental: Bartok e Stravinsky.AT - Sabia que ia falar em Stravinsky...PB - Claro que sim. Eles introduziram um vocabulário rítmico e uma maneira de falar, na medida em que nos referimos ao ritmo, diferentes da tradição. Sobretudo da tradição austro-alemã, onde não se encontram este género de ritmos.AT - Lembro-me que gravou "La Mer" com uma orquestra americana...PB - Cleveland...AT - E esse registo continua a ser uma referência...PB - Sim. AT - Mesmo depois de outros chefes-de-orquestra famosos a terem feito, a sua continua, para mim, a ser a grande referência. E isso devido exatamente a aspectos dinâmicos e de ritmo...PB - O rubato... A liberdade com o texto não é uma liberdade gratuíta mas uma liberdade concebida com base no texto. ...AT - Por outro lado, e isto é recente, fez uma genial gravação da segunda do Mahler com esta orquestra (Wiener Philharmoniker).
Retrospectivamente, o que é que Pierre Boulez, o grande chefe-de-orquestra, pensa de Pierre Boulez, no passado, como compositor?PB - A carreira de chefe-de-orquestra "comeu" o meu tempo. Aconteceu o mesmo quando administrei instituições, quando fui o director musical quer na BBC, quer em New York......AT - O que pensa da música contemporânea de hoje?PB - Está muito viva e variada....Aqueles que me imitam não são seguramente muito interessantes. Aqueles que me imitam literalmente......Não se podem fazer muitas previsões....AT - Aquele periodo da história da música, o serialismo e o pos-serialismo, foi um periodo importante?PB - Foi um periodo pelo qual foi necessário passar antes de encontrar outras coisas. Foi um periodo disciplinar....É necessário encontrar encontrar uma liberdade de expressão com um vocabulário que seja não somente lógico, mas sobretudo coerente.AT – Conte-nos lá a história de quando o presidente da república o foi buscar à América…PB – Não, não…AT – É o que se conta…PB - O que se passou é que o presidente, que era Pampidou, me disse “nós gostaríamos que voltasse para França. Está a fazer tudo isso no estrangeiro, porque não aqui?”. Foi assim que me incluiu no projecto do centro cultural que agora tem o seu nome.AT- Ofereceu-lhe condições extraordinárias…PB – Ele disse-me: “estou a fazer isto. Interessa-lhe?”. E eu respondi: “sim, interessa-me.” Muito simplesmente. Ele não criou aquilo para mim. O IRCAM sim, fui eu quem deu a indicação, posteriormente....Acabamos aqui. Tenho um concerto esta noite…(risos)
Entrevista a Pierre Boulez: por Jorge Lima Barreto
http://homepage.mac.com/vitor.rua/iblog/C633734543/E130786070/index.html



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