sábado, 2 de maio de 2009

Jacqueline Leta

Jacqueline Leta
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4798360J0
- Quais as maiores dificuldades enfrentadas pelas cientistas?Jacqueline Leta - A principal dificuldade diz respeito à manutenção das bolsas de produtividade do CNPq, que são as de maior importância e estão relacionadas à produção científica do pesquisador. Uma cientista grávida corre sérios riscos de perder a bolsa, porque sua produtividade será afetada pelos meses em que precisará se ausentar. A avaliação não considera a diversidade de papéis sociais entre homens e mulheres e, às vezes, pune as que são mães. - Os homens em cargos de chefia prejudicam as mulheres?Jacqueline - Entre os 24 assessores dos seis comitês temáticos do CNPq, há apenas duas mulheres. Nos demais comitês, entre 202 assessores, encontramos 47 mulheres. Esses números ilustram o desequilíbrio de gênero nos comitês, que não têm apenas a função de julgar o mérito das bolsas mas também a de prestar assessoria ao CNPq na formulação de políticas e na avaliação de projetos e programas relativos à sua área de competência. Então, pergunto: será que um comitê em que não há nenhuma mulher se preocupa em formular políticas que visem reduzir as diferenças de gênero na sua área? Será que esse comitê se preocupa com as questões da maternidade ao avaliar a produtividade de uma cientista ou ao cortar a bolsa de uma estudante que parou sua tese para ter um filho?- As cientistas se sentem discriminadas por essas políticas?Jacqueline - Acredito que sim, embora muitas prefiram acreditar que estão se submetendo às regras do sistema. Muitas se recusam a discutir o tema, dizendo que não gostam de se envolver em "questões feministas".

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