sexta-feira, 1 de maio de 2009

j. robert Oppenheimer "Eu me tornei a Morte,o destruidor de mundos." "O génio vê a resposta antes da pergunta."

new mexico, on july 16, 1945
http://br.youtube.com/watch?v=l8w3Y-dskeg
Este livro acompanha a trajetoria desse genial cientista e de seu controvertido trabalho, revelando os bastidores da construcao da primeira bomba atomica. Como Oppenheimer conduziu a corrida para dividir o atomo e com quais dilemas morais teve de lidar..."É com apreço e gratidão que aceito este prémio em nome do Laboratório de Los Alamos, e pelos homens e mulheres cujo trabalho e dedicação o construiram. É nossa esperança que no futuro possamos olhar para este prémio e para tudo o que ele significa com orgulho. Hoje esse orgulho deve ser moderado face a uma profunda preocupação. Se bombas nucleares forem adicionadas como novas armas aos arsenais de um mundo em guerra, ou aos arsenais de nações preparando-se para a guerra, então chegará o dia em que o mundo amaldiçoará os nomes de Los Alamos e Hiroshima. Os povos deste mundo têm de se unir, ou perecerão. Esta guerra que tanto devastou esta Terra escreveu estas palavras. A bomba atómica soletrou-as para que todos os homens as percebam. Outros homens usaram estas palavras em outros tempos, sobre outras guerras e outras armas. Elas não prevaleceram. Existem alguns que, ludibriados por um falso sentido de história humana, defendem que elas não prevalecerão agora. Não nos cabe a nós acreditar nisso. Pelas nossas mentes estamos comprometidos a um mundo unido perante o perigo comum, na lei e na humanidade.""Apesar da visão e prudente sabedoria dos nossos dirigentes em tempo de guerra, os físicos sentem a peculiar responsabilidade íntima por terem sugerido, apoiado e em larga medida possibilitado a criação de bombas atómicas.
Nem nos podemos esquecer que o modo como estas armas foram usadas dramatizou de forma impiedosa a inumanidade e a maldade da guerra moderna. Num sentido basilar que nenhuma vulgaridade, humor ou exagero pode apagar, os físicos conhecem o pecado; e esse é um conhecimento que eles não podem perder." "Não deve haver nenhuma barreira à liberdade de investigação. Não há lugar para o dogma na ciência. O cientista é livre, e deve ser livre de fazer qualquer pergunta, de duvidar de qualquer asserção, de procurar toda a evidência, de corrigir quaisquer erros. A nossa vida política é também baseada na abertura. Sabemos que a única maneira de evitar o erro é detectá-lo, e que a única maneira de o detectar é ter liberdade para investigar. E sabemos que enquanto os homens forem livres de fazer perguntas, livres de dizer aquilo que pensam, livres de pensar o que quiserem, a liberdade nunca será perdida e a ciência nunca poderá regredir." "Quando você vê algo que é tecnicamente apetecível você vai em frente e fá-lo, e apenas discute o que fazer com isso após ter alcançado o sucesso técnico. Foi assim que aconteceu com a bomba atómica." "Tudo aquilo [a sua audiência de segurança] foi uma farsa, e estas pessoas estão a tentar transformá-lo numa tragédia. ... Eu nunca tinha dito que me tinha arrependido de ter participado de forma responsável na criação da bomba. Eu disse que talvez ele [Kipphardt] se tinha esquecido de Guernica, Coventry, Hamburgo, Dresden, Dachau, Varsóvia e Tóquio; mas que eu não, e que se ele achou isso tão difícil de entender, deveria escrever uma peça sobre outra coisa qualquer." "Sabíamos que o mundo não mais seria o mesmo. Algumas pessoas riram, algumas pessoas choraram, a maioria ficou em silêncio. Recordei-me de uma passagem das escrituras hindus, o Bhagavad-Gita. Vishnu está a tentar persuadir Arjuna de que deve fazer o seu dever, e para o impressionar assume a sua forma de quatro braços e diz, "Eu me tornei a Morte, o destruidor de mundos." Suponho que todos nós pensamos isso, de uma maneira ou de outra."

Nenhum comentário:

Postar um comentário