sexta-feira, 1 de maio de 2009

Didier Eribon


"Dom Quixote da antropologia", é assim que Lévi-Strauss aceita se definir aos 80 anos, ao conceder ao filósofo francês Didier Eribon esta entrevista clássica. Na época (1988) com mais de dez livros publicados - entre eles as Mitológicas, as Estruturas elementares do parentesco e Tristes trópicos - o antropólogo faz um balanço que entremeia história pessoal, formação intelectual e conceitos-chave de sua teoria. Além de relatos sobre o fascinante convívio com grandes pensadores do século XX (Lacan, Duchamp, Ernst, Jakobson, Braudel, Merleau-Ponty, Boas), Lévi-Strauss enreda o leitor pela fluidez no trato das questões espinhosas que levantaram polêmica em torno de sua obra. O conceito de estrutura, a discussão entre estrutura e história, o mal-entendido da definição de sociedades "quentes" e "frias", o debate com Sartre, o papel das Mitológicas na construção do estruturalismo francês, o destino da antropologia, enfim, um depoimento que, num corte transversal, relaciona os elementos de sua produção intelectual, pontuando os eixos fundamentais para compreendê-la, com o sabor de uma conversa entre amigos.
O livro trata do cenário histórico gay, preconceitos, injúrias, e também do preconceito contra negros e judeus. Didier Eribon propõe aqui uma série de reflexões que se desdobram de acordo com três eixos. Primeiro, uma análise da experiência vivida, na qual procura entender como um lugar inferiorizado é atribuído aos homossexuais na sociedade e como a subjetividade deles fica marcada. Em seguida, procura restituir algumas etapas cruciais da constituição da identidade gay moderna no século XIX, a um só tempo na literatura e na cultura popular. Estuda, então, como o processo de Oscar Wilde pôs um termo provisório na emergência desse uso da palavra, e como posteriormente alimenta suas ressurgências (em Gide e Proust notadamente).Enfim, procura comentar os textos de Michel Foucault sobre todas essas questões interrogando-se sobre o que pode ser uma “cultura gay” hoje.

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